terça-feira, 26 de dezembro de 2017

   
                                                  

                                                            Missiones

 por Valmir Roza Lima


Um dos episódios mais fantásticos de nossa história , também ajuda a entender um pouco a introdução da Rabeca na America.  É mais um pedaço do quebra-cabeças que ajuda a desvendar aspectos  da ocupação do território, da utopia  e da convivência entre duas civilizações antagônicas.
Não vou explicar as Missiones "Reduções" aqui!, pois não é  esse o objetivo do blog, mais vale, instigar a  curiosidade, pra que o leitor vá se inteirar  dessa verdadeira epopeia que marcou para sempre a cultura das Américas.

Breve resumo

As Missões eram núcleos de evangelização construídos em plena floresta, onde conviviam em cidadelas de pedra, padres jesuítas e índios, as vezes 4 mil índios numa organização hierárquica  e social, nos moldes similares a  uma cidade europeia.
Os índios trabalhavam e produziam, para a corôa Espanhola. 
Algumas Missões eram grandes centros agrícolas, outras criavam gado, outras plantavam erva mate, e teve uma em especial que produzia instrumentos musicais, e toda a produção missioneira era levada de navio pra Espanha.
Ao mesmo tempo, os colonos Espanhois, pressionavam a corôa para que liberasse a escravidão indígena, pois era mão de obra grátis
.Porém, os nativos que viviam no regime das missões estavam protegidos dessa sorte.

Quando os bandeirantes Paulistas, souberam que nas florestas do sul,viviam milhares de candidatos a escravos, já domesticados e produzindo bens, começaram a atacar as missões, mas o golpe fatal viria da politica.
A verdade é que com o tratado de Madri celebrado entre os reinos de Espanha e Portugal, e a demarcação de novas fronteiras nas colônias do sul, os índios se sentiram traídos e depois de serem dizimados nas  guerras Guaranyticas, se dispersaram por todo o território, e hoje temos apenas as ruínas do que um dia foi uma experiência poderosa.
Eu e a Sandrinha, conhecemos a maioria das missões na Argentina, Bolívia e Brasil, só restando as do Paraguay pra fechar o ciclo. Nós até tentamos, mas numa viagem ao Paraguay em época de muita chuva, nos impediu, dias seguidos de tempestade nos expulsou de volta ao Brasil. Voltaremos em breve.

O número de  ruínas dessas missões se encontram hoje distribuídas dessa maneira :


Argentina   16  

Bolivia        11

Brasil            7

Paraguay     8


O que nos levou à esses povoados, foi a oportunidade de conhecer melhor a gente que havia derivado dessas missões presenciar as suas estórias, musicas etc...pois eu já sabia que alí haviam Guaranys que tocavam Rabeca.
Fomos pra Foz do Iguaçú, "nossa paixão" e daí atravessamos a fronteira e partimos pra província de Missiones na Argentina.
Em San Inácio tivemos o primeiro contato com as ruínas.
Um povoado pequeno, com muitas informações sobre o período das missões, muitos agrupamentos de povos originários no entorno, na área rural....uma festa pra um casal de curiosos.
Apesar de percorrer a região em ônibus, é uma viagem difícil, pouca estrutura, poucas opções de horários, acampamentos úmidos, região de muita chuva....mas enfim visitamos várias missões e povoados, conhecemos muita coisa importante pra entender o percurso de alguns tipos de Rabeca, o modo de construção de instrumentos musicais  que se praticava antigamente e o que restou dessas técnicas, enfim uma geral nesse tema de missões jesuíticas.
Terminando essa parte Argentina, nos embrenhamos em alguns caminhos e estroncamentos até chegar na fronteira com o Brasil, atravessamos o rio Uruguai em Porto Xavier e pegamos um ônibus direto pra Santo Ângelo RS, pra conhecer as Missões do Rio Grande do Sul.
Mas isso é história pra outro dia.


Valmir Roza Lima

























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