O dia em que
eu conheci Jacinta Condorí
Em junho de
2019, depois de construir quatro Rabecas
para a Orquestra Latino Americana
juvenil de Valparaiso “ Chile”, eu retornei à Argentina através do Paso
Fronteiriço Los Libertadores, passando por Mendoza e viajando de bus até a
minha querida e sempre aconchegante Salta.
Alí em Salta
me esperava uma grande amiga, Maria Soledad com a qual já havia programado uma
oficina de Rabecas na escola onde ela leciona.
Maria iria
me hospedar por um final de semana, enquanto não começassem os trabalhos,
depois eu ficaria por conta da escola.
Acontece que
nessa noite em que eu cheguei haveria uma festa na casa de uns amigos dela e eu
fui avisado de que essa casa também servia como um centro cultural alternativo.
Os Anfitriões da noite
Chegamos a noite na tal casa onde havia uma exposição de pinturas em um enorme salão.
Conheçam esse centro cultural no link abaixo https://www.facebook.com/pucaraculturalsalta/?ref=page_internal
Fui apresentado
aos anfitriões e a alguns artistas que iriam se apresentar nessa noite.
Quando
adentrei em um dos quintais da casa, o coordenador de toda a festa estava às
voltas com uma enorme fogueira e uma panela gigantesca, onde preparava um Locro
“comida folclórica e coletiva típica da Argentina” Na verdade o Locro é
apreciado em várias regiões e países, mas cada um tem a sua versão.
Mesas, cadeiras
arrumadas e o pátio todo enfeitado para as apresentações da noite. Eu não me
apresentei, nessa noite eu só queria apreciar e conhecer as pessoas.
No friozinho
gostoso de Salta, apesar de cansado eu estava começando a relaxar, quando
chegou em nossa mesa pratos fumegantes com o delicioso Locro cozido e no imenso
quintal começaram a desfilar os artistas locais cantando e mostrando suas
poesias.
Minha amiga
Maria, me apresentou uma bela mulher, alta com olhos e cabelos negros, com traços dos povos originários
que se sentou pra comer com agente.
Essa figura
alta e esguia, tinha a dignidade própria dos que se orgulham e cantam a sua
história.
Jacinta Condori e Maria Soledad
Jacinta Condori https://www.facebook.com/profile.php?id=100022042507004
Depois de um
desfile de poetas, músicos e escritores, Jacinta Condori deixou a nossa mesa e subiu ao palco pra
cantar canções típicas de sua terra, acompanhada somente por um violão, depois
cantou Coplas tocando uma Caixa Coplera.
Eu estava
maravilhado com o ambiente, com a música com os novos amigos e gostei muito da
apresentação da Jacinta que se apresentou vestindo um poncho cor de Vinho
típico da província Saltenha. “Na Argentina cada província tem um poncho típico”.
Depois dessa
noite, conversando com meus amigos Saltenhos e pesquisando na internet,
descobri que Jacinta Condori é uma cantora muito respeitada e reconhecida
nacionalmente.
Nascida nos Vales
Calchaquies, essa cantora representa o canto do seu povo e vive numa região
muito musical.
Pelo que me
disseram, Jacinta condori vem de Cafayate, onde tenho também alguns amigos,
como Daniel Dámico, grande músico e construtor de instrumentos musicais.
Cafayate é
um local muito conhecido também por abrigar uma famosa escola de luthieria.
Essa pequena
história, se junta a várias outras que guardo com carinho, pois o que mais me
emociona ultimamente é viajar de bicicleta e conhecer pessoas com trabalhos autênticos
e originais.
Um dia eu me
sentei pra comer na companhia de Jacinta Condori, mas eu ainda não conhecia a
sua grandeza
Hoje aqui em
casa escutando sua bela música eu me orgulho de um dia te-la conhecido.
Mais uma
artista na grande lista de amigos que eu tenho em Salta e Jujuy.
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