quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

viagem a "La Quebrada"    por Valmir Roza Lima   parte 5    

                      tilcara à Humahuaca                                                                                                                 

 Terminadas minhas tarefas em Tilcara, estrada novamente, agora pedalando rumo a Humahuaca.
Tenho uma estória interessante em humahuaca, em 2010, na primeira vez que estive em Humahuaca, nós estavamos de carro e depois da primeira noite dormida eu resolvi correr pela manhã. coloquei um modelito tipo fitness tênis e tudo pronto, comecei a correr , dai a 3 minutos comecei a ficar tonto e segurei num carro que estava estacionado na rua, mas notei que não conseguiria ficar de pé e sentei na calçada.
Na minha santa ignorância não tinha me dado conta de que a altitude em Humahuaca é de mais de 3.000 metros e não tem forasteiro valente que aguente  correr ali.
Agora não teria  problema pois estoava pedalando a uma semana, subindo aos poucos e me adaptando à altitude.


Achei que este seria o final da viagem e que eu só iria descansar e aproveitar a vida em Humahuaca, mas mal sabia que ali eu iria andar por uns três dias acampando pelas montanhas com centenas de pereguinos pra buscar uma Santa nas montanhas e trazer pra igreja da cidade.

Tudo começou porquê sempre que termino uma viagem de bicicleta eu faço uma doação. geralmente eu dou a bicicleta, a barraca, saco de dormir e todo material de camoing menos os materiais de estimação.
geralmente eu faço essa doação à uma escola rural ou a uma comunidade afastada da cidade.

Fiquei uns 4 dias em Humahuaca e eu sempre ia tomar café num restaurante pra aproveitar o WI-FI até que numa conversa contei a minha estória pra uma atendente, a Andréia .
Ela me disse que em alguns dias teria uma festa nas montanhas em que os peregrinos ficariam uns quatro dias acampados, e que teriam missas campais e grupos de musica nas montanhas e no domingo todos desceriam trazendo a Virgen de Cuchillaco pra igreja de Humahuaca.
Me disse também que sua familia  era responsavel por parte da organização ,e se eu quisesse poderia ir com eles pra essa festa.
Eu fiquei louco de felicidade, e já comecei a me organizar.
Teria de fazer a doação da bicicleta nos próximos dias e ficar livre pra ir pras montanhas. 
Mas antes disso, queria marcar um encontro pra conhecer pessoalmente uma cantoraça, que já conhece o brasil e que eu admiro muito que é a Marita de Humahuaca.
Conheci o Cantar  de Marita, pelas rádios Argentinas e pela internet. ela é uma representante dessa cultura Quebradeña, muito respeitada .
Jantei com Marita e seu filho Tupac, num restaurante muito tradicional, comemos guizado de Quinoa, e eu até toquei um pouco de Rabeca pra ela também.
Marita de Humahuaca canta a alma de sua região e do seu povo.










Depois de me informar em Humahuaca, parti para uma escola rural em Chorrillos, a uns trinta quilometros de Humahuaca pra fazer as doações.

No caminho me deparei com uma senhora e uma menina levando dezenas de cabritos pela estrada e elas vinham também com vários cachorros.

Eu continuei pedalando  e passaram todos os cabritos, a menina e quando eu menos esperava veio um cachorro tipo um poodle gigante silenciosamente por trás de mim e me deu uma mordida na crocodilagem, no silencio.

Doeu pra cacete e começou a sangrar, mas estava no meio do nada e segui em frente, até chegar na escola e colocar  alccol na mordida.

Doei minha bicicleta pra escola, a barraca e alguns apetrechos de camping, mas fiquei com a manta termica e o saco de dormir, pois ainda iria até a montanha.Pura tolice a minha pois eu iria aprender  que na montanha um saco de dormir não adianta de nada.

Almocei com os alunos e voltei pra Humahuaca de carona, mas a peregrinação na montanha eu vou contar num próximo post.






















        Valmir Roza Lima

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